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Dirt Rally

Dirt Rally

O jogo da Codemasters abandonou o Acesso Antecipado e está agora pronto para as corridas 'a sério'.

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No que diz respeito ao rali, somos um pouco conservadores. Recordamos com saudades os tempos em que Carlos Sainz, Colin McRae, Richard Burns e Marcus Grönholm proporcionavam espetáculos de condução agressivos e competitivos. Mais do que a era de Sebastien Loeb, onde o francês dominou este desporto automóvel com um estilo de condução controlado e calculado. Tem muito mérito na forma como o consegue, mas gostámos mais da imprevisibilidade e da atitude sem compromissos de pilotos como os que referimos em cima.

Em termos de espetáculo, adoramos o tipo de mentalidade de risco que pilotos como Colin McRae personificavam. Há muitos anos tivemos a oportunidade de conhecer o campeão escocês durante um evento de promoção para Colin McRae Rally 2, que nos ofereceu algumas dicas enquanto estávamos a jogar. O piloto percebeu que estávamos a hesitar na nossa corrida, e não deixou de fazer valer a sua opinião: "quando tiverem dúvidas, não hesitem e acelerem a fundo." Não parece o tipo de conselho mais ponderado de sempre, mas vindo de quem vem, não podemos deixar de o seguir - e é isso que temos feito em todos os jogos de rali que jogámos desde então.

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Desde que a Codemasters libertou Toca 2, que andamos desesperados por um simulador de rali mais focado para o público mais dedicado. A produtora foi muito clara nas suas intenções de apelar às massas, posicionando os seus jogos entre a simulação e a experiência Arcade, abrangendo títulos como Grid, Dirt, Colin McRae e F1. Não é fácil, conseguir encontrar um equilíbrio entre os fãs devotos e potenciais novatos.

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Foi por isso com grande satisfação que recebemos a notícia de que a Codemasters estava finalmente a construir um simulador de rali digno dessa classificação. Ficámos ainda mais impressionados pelo facto da produtora ter contratado vários veteranos com experiência em jogos de condução de rali, tudo para ajudarem na criação de um novo sistema de física para Dirt Rally. O jogo acabou por aparecer no Acesso Antecipado do Steam, e desde então tem sido paragem frequente no nosso PC.

Um dos pontos infelizmente comuns entre alguns simuladores atuais, como Rfactor, iRacing e Asseto Corsa, prende-se com um grafismo algo medíocre. Dirty Rally não é um jogo feio, longe disso, mas o facto de ter de gastar tanto poder de processamento a calcular fricção, ímpeto e gravidade, significa que o grafismo teve de ceder alguma qualidade. Dirt Rally parece um pouco datado quando comparado com outros jogos de condução, embora tenha algumas escolhas de design interessantes. A iluminação é muito boa, o que também ajuda a disfarçar modelos e texturas que estariam compatíveis com a geração anterior de consolas. É um pouco desapontante, mas não é grave.

Existe outro ponto positivo a retirar do grafismo mediado de Dirt Rally, que é o facto de fluir bastante bem, mesmo que não tenham um computador topo de gama. A prioridade da Codemasters foi garantir uma jogabilidade a 60 frames por segundo, e isso faz a diferença na jogabilidade.

A experiência que a produtora tem ao nível de jogos de condução dá-lhe instrumentos acessíveis a poucos, e isso nota-se em Dirt Rally, uma realidade ainda mais evidente pelo facto do jogo não estar preso à tentativa de atrair novatos. Sabemos que é uma afirmação arrojada, mas Dirt Rally é possivelmente o simulador mais realista de sempre em termos de rali, com uma física para os pneus que é impressionante. A produtora aproveitou bem o tempo que passou no Acesso Antecipado, implementando mudanças e ajustes em uníssono com as críticas e pedidos dos jogadores. É o tipo de jogo que não será muito perdulário com os erros cometidos, e que irá exigir habituação e dedicação aos jogadores.

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Mentalizem-se que vão falhar com frequência, sobretudo nas primeiras horas de jogo, mas Dirt Rally faz o que qualquer jogo difícil deve fazer: mostrar ao jogador que a culpa da derrota reside nos erros do piloto, e não em problemas de design ou jogabilidade.

Dirt Rally também impressiona ao nível dos menus (mesmo que esteticamente sejam pouco atrativos), dos ecrãs de carregamento curtos, e do departamento sonoro. O efeitos dos carros estão brilhantes e ajudam a criar uma imersão total de condução. Uma desilusão do jogo está relacionada com o modo online, mas sabemos que a Codemasters está a planear introduzir mais conteúdo,

O regresso da produtora ao género verdadeiro das simulações significa a concretização de um fantástico jogo de condução, sobretudo para os amantes de rali. A par de Project CARS e Forza Motorsport 6, é um dos grandes jogos de condução do ano.

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09 Gamereactor Portugal
9 / 10
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Físicas dos carros é brilhante. Atmosfera soberba. Dificuldade equilibrada. Pistas excelentes. Som é incrível.
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Qualidade dos menus podia ser superior. Alguns bugs.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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