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Rambo: The Video Game

Rambo: The Video Game

Não há nada que se aproveite nesta nova adaptação a videojogo da trilogia original de John Rambo.

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Existem várias perguntas que gostaríamos de fazer aos produtores de Rambo: The Video Game. Primeiro: "No que estavam a pensar?" Dois: "Sabem o que significa entretenimento?" E a pergunta mais difícil: "O que raio acabamos de jogar?"

Rambo: The Video Game

Naturalmente, percebemos o conceito por trás do jogo. Rambo: The Video Game tenta resumir toda a história trágica de John Rambo numa única narrativa, numa ordem maioritariamente cronológica, e sem qualquer apreciação pelo material licenciado. Parece que a melhor forma que os produtores encontraram de fazer isto foi através de um misto entre cutscenes e sequências de botões (QTE), num formato "On Rails", onde só controlam a mira.

Este género foi bastante popular nas Arcadas, entre a década de 90, mas hoje em dia já nos parece antiquado, embora existam ainda bons jogos. Não nos importamos que alguém tente revisitar este género, mas não o podem fazer através de reciclagem barata de ideias e sem qualquer traço de qualidade. Bastou-nos uma hora para dizermos "basta!", mas persistimos durante mais cinco para escrevermos esta análise e pouparmo-vos o sofrimento.

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A primeira hora ainda dá para rir, quando ainda pensávamos que era uma espécie de paródia, mas as cutscenes horríveis, a péssima qualidade sonora e a quantidade inaceitável de eventos QTE parecem saídos de uma receita pensada durante um pesadelo. Rimos das animações perras, gargalhamos com os sons retirados diretamente do filme e sorrimos com as cenas que tentam - miseravelmente - imitar os filmes. "É uma paródia de tudo o que está de mau com os jogos licenciados e com parte da indústria dos videojogos!" pensámos nós.

Mas que excelente forma de realçar a estagnação da indústria, reciclando os piores momentos dos FPS modernos. Fantástica a ironia de colocarem centenas de soldados numa aldeia onde só caberiam realisticamente uns 20 ou 30.

Os elementos RPG são uma crítica inteligente à falta de ideias originais, e o melhor - tudo suportado por um sistema de combate aborrecido. Até gozam com os QTE ao fazerem dois níveis inteiros só com estas sequências de botões! Mais de vintes minutos onde um erro vos obriga a recomeçar a sequência de início. Brilhante!

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Obviamente, fomos ingénuos nesta abordagem. A produtora que fez este jogo deve estar privada de qualquer tipo de qualidade criativa, humorística ou ambiciosa. Mas em abono da verdade, parece-nos criminoso que alguém tenha sido obrigado a trabalhar num projeto como este. Pensar que alguém perdeu perto de dois anos da sua vida a trabalhar num dos piores jogos que temos memória é desolador.

Mesmo outros jogos de baixo orçamento, com valores de produção baixos e problemas técnicos, pelo menos mostram alguma alma ou ambição. Ou pelo menos uma tentativa ténue de divertir o jogador. Mas nada disso é evidente em Rambo: The Video Game.

Imaginem cutscenes de três ou quatro minutos, seguidas por cinco minutos de QTE e 10 minutos de ação "on-rails" privados de qualquer tipo de imaginação. Agora imaginem as piores versões desses três exemplos e podem ter uma ideia do que é um nível do jogo. Evitem-no a todo o custo, não merece ser comprado nem sequer pelas gargalhadas.

01 Gamereactor Portugal
1 / 10
+
Não tem micro-transações.
-
Som horrível. Péssimo conceito. Narrativa desastrosa. Grafismo datado. Mecânicas de jogo medíocres. Design amador dos níveis.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Tobias Garsten

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