Age of Empires: Definitive Edition

Age of Empires é considerado um dos pioneiros do género de estratégia em tempo real, e da parte que nos toca, foi um dos primeiros jogos que jogámos no Windows 98. O jogo onde se controlam reinos com um punho de ferro celebrou 20 anos em 2017, e a Microsoft decidiu reconstruir o jogo para uma nova geração, embora tenha falhado a data (e o ano) de aniversário. Em termos de conteúdo, é basicamente o jogo original mais a expansão The Rise of Rome.

A campanha de estória vai levar o jogador através de vários cenários históricos e permite jogar com 12 civilizações diferentes desde a Idade da Pedra à Idade do Ferro. O objetivo é expandir as aldeias e cidades que dominam e conquistar territórios inimigos. Para isso vão precisar de criar exércitos, recolhendo recursos como comida, madeira, pedra, ferro, e ouro. Nesta edição definitiva a Microsoft acrescentou alguns elementos narrativos às missões, para maior contexto do jogo.

Mesmo que já não joguem o original há alguns anos, não devem precisar de muito tempo para começarem a reparar nos melhoramentos desta versão definitiva. Além das resoluções maiores - até 4K -, a nova edição tem muito mais detalhes ao nível dos modelos, das texturas, e da iluminação. Parece de facto um jogo moderno em termos de qualidade gráfica, embora estes elogios não se estendam às animações. O movimento das unidades continua a ser um pouco estranho, como se deslizassem, e a forma como interagem parecem marionetas. Mais preocupante, os problemas de navegação de algumas unidades permanecem, sobretudo se lhes derem ordens de movimento com grande distância. Por vezes decidem tomar rumos que não são os mais adequados, e nos piores casos, conseguem ficar presos no cenário até que o jogador os acuda. Por exemplo, se uma unidade acabar de recolher todos os recursos de uma área, vai ficar imóvel até receber ordens do jogador. Outros jogos do género há muito que resolveram problemas deste tipo, automaticamente direcionado essas unidades para outros postos de recursos.

A banda sonora também foi alvo de uma grande reedição, não só ao nível dos efeitos sonoros, mas também da música, a cargo de nova orquestra. Confessamos que, por estarmos tão habituados à banda sonora original, custou-nos um pouco a habituarmos-nos à nova versão, mas a sua qualidade é inegável. Algumas músicas contêm 'restos' da banda sonora anterior, enquanto que outras parece completamente originais, mas no geral foi um excelente trabalho neste departamento.

A jogabilidade, essa, está praticamente idêntica ao que nos lembramos. Existem os mesmos edifícios, unidades, e melhoramentos que estavam no jogo original. Podem comprar melhoramentos que aumentam a capacidade dos trabalhadores, ou a capacidade das armas e das armaduras dos soltados. Cada civilização tem alguns benefícios próprios, além de terem designs diferentes para as estruturas. É por isso uma pena que as unidades sejam idênticas para todas as civilizações, independentemente de serem romanas ou persas, por exemplo. Era assim no jogo original, e percebemos que a renovação se ficou pela atualização do grafismo e da banda sonora, mas gostaríamos de ter visto algo mais arriscado também ao nível destes detalhes e da jogabilidade.

O Age of Empires original também incluía um editor que permitia criar níveis e campanhas, e esse editor também está presente nesta edição. Existem algumas funções novas, incluindo opção para multijogador, o que acrescenta a frustração por ser um exclusivo de Windows 10 e Microsoft Store. O estúdio já afirmou que o lançamento de Age of Empires: Definitive Edition noutras plataformas não está fora de hipótese, mas para já, nada mais há a avançar sobre isso.

Para o melhor e para o pior, Age of Empires: Definitive Edition é exatamente o que a Microsoft prometeu. É a renovação gráfica e sonora de um jogo com 20 anos, e por isso mesmo, não consegue disfarçar a limitação de alguns elementos de design e de jogabilidade. Comparando com jogos mais modernos, Age of Empires parece claramente datado, e por isso não é absolutamente recomendado a quem não tem qualquer ligação nostálgica ao jogo, já que existem propostas superiores. Ainda assim, se são fãs de Age of Empires, e se a proposta de jogabilidade online vos atrai, vão encontrar bons motivos para investirem nesta nova edição.