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Horizon Forbidden West

Horizon Forbidden West

Aloy regressa com uma sequela de qualidade, ainda que não seja tudo o que esperávamos.

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Por aqui gostámos imenso da primeira aventura de Aloy com Horizon: Zero Dawn. Sim, é verdade que o jogo tinha alguns problemas e algumas escolhas de design menos positivas, mas no geral apreciámos imenso a forma como a Guerrilla nos apresentou a um mundo completamente novo de ficção científica. Horizon Forbidden West é a continuação dessa história, colocando os jogadores na pele de Aloy seis meses depois dos eventos do primeiro jogo. É uma sequela de qualidade, que melhora vários elementos do jogo base, mas sem nunca ser verdadeiramente impressionante. E embora melhore certos elementos, não consegue resolver vários problemas que o original já apresentava.

Parte do apelo de Horizon Forbidden West é o facto de estar a ser produzido para PlayStation 5, que foi a versão que jogámos, mas como deve saber, também será lançado para PS4. Ora, acontece que Horizon Forbidden West transmite a sensação de ser realmente um jogo de PlayStation 4, que corre de forma superior na PS5. Os gráficos são melhores, pode escolher entre um grafismo superior ou jogar a 60 frames por segundo, e os loadings são quase instantâneos. É inegável que Forbidden West é um jogo superior na PS5, mas não é o que esperamos de uma experiência genuinamente criada de raiz para a PS5.

Não nos interprete mal - Horizon Forbidden West é um jogo com um grafismo estupendo e excelentes valores de produção, e não apenas a nível técnico. O design de vários elementos do mundo, das várias fações que habitam o "Forbidden West", e das máquinas que irá enfrentar, é estupendo. A criatividade, as cores, os traços... é realmente um estupendo trabalho artístico, que é trazido para o jogo através de uma impressionante capacidade técnica, com texturas de grande qualidade e modelos altamente detalhados. O som é também muito bom, tal como a banda sonora, e a isto junta-se o trabalho dos atores. A versão portuguesa é boa, mas é o desempenho de Ashly Burch enquanto Aloy na versão original que realmente nos impressiona.

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Horizon Forbidden WestHorizon Forbidden WestHorizon Forbidden West
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Horizon Forbidden West é um jogo enorme com muito para fazer. Existe uma história central para seguir, que mais uma vez apresenta-se cheia de reviravoltas e surpresas, mantendo o conceito de alta ficção científica bem vivo. Se gostou da história do primeiro jogo, sobre o pós-pós-apocalipse, inteligências artificiais, e a forma como os humanos interpretavam mal a realidade, assumindo por divindades o que era na verdade tecnologia de ponta, então é praticamente garantido que vai apreciar os desenvolvimentos desta sequela.

Em grande parte isso também se deve ao facto de Aloy ser uma protagonista estupenda. A sua determinação inabalável perante a dura missão que tem é impressionante, mesmo que isso a torne numa figura quase inatingível por outras personagens - e fazem questão de a confrontar com isso. Aloy não é um perfeita, pelo contrário, pode ser um pouco arrogante e até certo ponto insensível - desligada até do resto das pessoas -, mas adoramos isso numa personagem. Mostra credibilidade e uma personalidade complexa, que é exatamente o que procuramos num bom protagonista.

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Além da história central, Horizon Forbidden West inclui missões secundárias, bases de inimigos humanos para derrubar, vários tipos de colecionáveis, fábricas de máquinas para explorar, e ruínas dos tempos antigos que funcionam como puzzles. Até existe um mini-jogo estilo xadrez, mas com figuras de máquinas, se quiser dedicar-se a isso. Todo este conteúdo está mais elaborado que no jogo anterior, desde missões secundárias complexas que podem evoluir para várias áreas, a ruínas e fábricas de design profundo, embora tudo isto esteja ligado por um mundo de jogo sem grande imaginação ou dinamismo. Os pontos de interesse que existem no mundo são bons, mas o mapa que os liga não é particularmente interessante de explorar, e a experiência geral limita-se ao que já fizemos em tantos outros jogos do género - correr de um ponto de interesse para outro, seguindo as marcas no mapa.

Mais interessante é o sistema de combate, que surge como uma versão evoluída do jogo anterior. Para derrotar o enorme número de máquinas que irá encontrar, terá de fazer muito mais do que simplesmente atacar sem pensar, sobretudo nas dificuldades superiores. Vai precisar de estudar os pontos fracos das máquinas e, com a enorme variedade de ferramentas ao seu dispor, tentar limitar ao máximo as capacidades do adversário. Desde restringir o movimento das máquinas, a eliminar certos tipos de ataques mais poderosos, passando por uma tentativa de retirar proteções que deixem expostos os pontos fracos, é um sistema de combate altamente divertido e empolgante.

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Já não gostámos tanto da abordagem ao equipamento. Tal como no anterior, existem vários tipos de munições com diferentes efeitos elementais, mas em vez de permitir mudar o tipo de munição, Horizon Forbidden West oferece diferentes armas com munições já pré-determinadas. Isto significa que, para abranger todos os tipos de munições, terá de ter uma série de arcos, fisgas, lançadores de bombas, e colocadores de armadilhas. É um excesso que se torna confuso, e acreditamos que o jogo teria beneficiado imenso caso fosse possível mudar de munições, reduzindo o número de armas que o jogador tem de carregar.

Aloy tem também agora acesso a uma série de novas habilidades que pode desbloquear ao subir de nível. As habilidades básicas, como disparar três setas de uma vez, consomem um pouco de energia, enquanto que novas habilidades especiais (pode ter uma equipada de cada vez), consomem uma nova barra de Valor. Estas habilidades são extremamente poderosas, e podem aumentar consideravelmente o dano que Aloy causa durante alguns segundos, como a podem tornar invisível com acesso a tecnologia de camuflagem.

O movimento também foi significativamente melhorado. Além de existirem muitos mais pontos que Aloy pode escalar, a protagonista também tem agora acesso a um gancho que pode catapultar, e a um escudo de energia que pode usar para deslizar pelo ar. Tudo isto facilita a navegação e até abre algumas oportunidades táticas para o combate, como por exemplo atirar-se pelo ar com o gancho e deslizar para perto de um inimigo, atacando-o de surpresa com um ataque vindo do ar.

Horizon Forbidden West consegue melhorar vários elementos do jogo anterior, mas retém também algumas das suas falhas. É um jogo com uma história fascinante e um sistema de combate muito divertido, mas que não impressiona em termos de experiência de jogo em mundo aberto. Nesse aspeto já vimos melhor, e no geral também ficámos algo desapontados por Horizon Forbidden West ser ainda uma experiência PS4 no seu núcleo, apesar dos melhoramentos de que beneficia na PS5. Horizon Zero Dawn é um jogo muito parecido com o antecessor, e nesse sentido é tanto uma recomendação fácil para os fãs, como um jogo a evitar por quem não apreciou o primeiro.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
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Visualmente tem momentos brilhantes. Excelentes efeitos sonoros e música. A história central é fascinante. Combate divertido.
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Já fizemos tudo isto antes. Algumas decisões de design de que não somos fãs. Vários diálogos não parecem naturais. No fundo ainda é um jogo PS4 melhorado na PS5.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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