Disney's DuckTales Remastered

Alguém mais inteligente que nós afirmou certo dia, que era melhor não revisitar as memórias queridas de infância já em idade adulta, ou o mais provável seria uma encontrar uma grande desilusão. Aplicada aos videojogos, esta afirmação não podia estar mais próxima da verdade. Ainda assim, existem exceções à regra e DuckTales é um dos jogos da geração de 8 bits que pode ser divertido ainda hoje.

Para dizer a verdade, Castle of Illusion e Quackshot eram os nossos jogos de eleição da Disney na altura, mas DuckTales era também fantástico. Além disso os desenhos animados rapidamente conquistaram os nossos corações enquanto crianças.

Mas este regresso em alta definição levanta algumas dúvidas. Até que ponto é preciso mudar e alterar o jogo para que se torne adequado a uma geração de jogadores que pode não ter a precisão necessária para chegar até ao confronto final com Dracula Duck?

Bom, para começar existe uma opção para tornar os saltos com o Pogo automáticos, simplificando a jogabilidade. Depois existe um modo de dificuldade reduzido que disponibiliza saúde frequentemente e ainda por cima oferece Vidas infinitas. Basicamente torna-se uma questão de tentar, perder, repetir... até chegar ao fim. Acaba por ser uma forma decente de tornar o jogo acessível a uma nova geração, e assim que se habituarem, podem tentar as dificuldades superiores e os saltos com o Pogo manuais.

Se não fazem ideia do tempo que um jogo de plataformas clássico da Nes demorava no seu tempo, ficarão provavelmente chocados por saber que a maioria podia ser terminado numa hora ou menos (aliás, existem vídeos de pessoas que acabaram o DuckTales original em menos de 10 minutos recorrendo a falhas técnicas, mas essas devem ter sido corrigidas nesta versão), mas o desafio acaba por aumentar a longevidade.

E ai reside o encanto deste tipo de jogos. Se jogarem no normal depressa vão perceber que é preciso alguma prática para conseguiram conquistar cada um dos cinco níveis principais.
A nova versão conta obviamente com um som melhorado, animações fantásticas e outros elementos que esperamos de um Remake em alta definição. Mas também existe pequenas mudanças estéticas que não nos agradaram. O original não tinha vozes, algo que foi mudado nesta versão, mas se o esforço é louvável, estas pequenas personagens animadas apenas parecem mais estranhas com vozes.

A narrativa também não é nada de excecional, embora tenha sido agradável reencontrar o elenco de DuckTales. Quer dizer, a história é boa segundo os padrões do desenhos animados que víamos na década de 1980, mas como podem calcular, os tempos mudaram e evoluíram desde então.

A maioria das batalhas de bosses foram ligeiramente alteradas ou inteiramente redesenhadas, e existem alguns níveis, como os Himalaias, onde o design e a estrutura foram mudados. Porém, nada parece deslocado e a decisão de realçar as batalhas com os bosses foi acertada. Também foi acrescentado um nível de tutorial e agora até podem nadar na piscina de ouro do Tio Patinhas.

Honestamente, sentimo-nos enferrujados a jogar DuckTales. Os movimentos precisos já não acontecem com a mesma naturalidade e ações simples, como agarrar nas cordas, por vezes causaram problemas. Provavelmente estamos mal habituados aos controlos dos jogos de plataformas atuais.

O design dos níveis é um dos fatores que destacou DuckTales no seu tempo e é fácil perceber porquê. O jogo não se resume a percorrer um corredor da esquerda para a direita, motivando antes a procura de itens pelos níveis, que podem ser recolhidos sem obedecer a uma ordem específica. Isto acaba por proporcionar um sentido de aventura divertido e garante variedade.

Embora o verdadeiro sentimento de nostalgia seja encontrado na versão original para NES, parece existir esforço e paixão genuínos neste remake de alta definição. Um jogo que pode tanto ser apreciado por fãs do clássico como por uma nova geração de jogadores.