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Assassin's Creed IV: Black Flag

Assassin's Creed IV: Black Flag

Esta não é a primeira viagem do Gamereactor às Caraíbas.

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Durante a Gamescom tivemos a oportunidade de experimentar Assassin's Creed IV: Black Flag, mas apenas por um breve período de tempo e numa seção muito controlada do jogo. O mar convidava-nos para um passeio, mas para um jogo tão aberto e massivo, a nossa experiência com Black Flag nessa altura foi lamentavelmente linear.

Um mês mais tarde e, tal como na Gamescom, estamos sentados com um comando de PlayStation 4 nas mãos. Desta vez o mundo de ACIV está aberto para a nossa exploração e a limitação de tempo não é tão rígida: duas horas inteiras para experimentarmos o jogo.

Os nossos 120 minutos são divididos de forma idêntica entre as Sequências 3 e 6 da campanha (os produtores admitiram que tiveram alguma dificuldade na escolha das secções que iam mostrar, já que querem manter o início e as últimas horas do jogo em segredo). A Sequência 3 concentrou-se na navegação e na exploração, enquanto a Sequência 6 mostrou-nos alguns momentos de história dentro de Nassau e nos arredores, onde trocamos o convés do navio por praias e pântanos. O que fazemos em cada sequência, fica ao nosso critério.

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Entre as duas sequências (que decorrem com três anos de diferença, 1715 e 1718 respetivamente), tentamos concentrar-nos no que serão os principais destaques do jogo; batalhas marítimas, vasculhar destroços no fundo do mar e assassinar alvos. Toda a jogabilidade, à exceção das secções sub-aquáticas, serão muito familiares aos jogadores, embora reorganizada em Black Flag para oferecer um maior sentimento de exploração.

Nas duas secções foi surpreendente a forma como nos familiarizamos de imediato com o novo elenco. Connor de ACIII foi uma personagem difícil de admirar, mas felizmente o novo protagonista Edward Kenway (avô de Connor), é bem mais confiante e matreiro. Os seus parceiros também prometem; Benjamim Hornigold, que treina alguns truques de pirataria a Kenway e o infame Blackbeard, que sabe bem como usar a teatralidade no alto mar, são dois exemplos. Ambos são provavelmente personalidades exageradas, mas destacam-se no ecrã de uma forma pouco comum a personagens tão "historicamente fiéis." O entretenimento parece levar a melhor da educação em ACIV, mas a verdade é que desde Ezio que AC não parecia tão interessante.

O início da Sequência 3 apresentou-nos os sistema de evolução de Edward e de Jackdaw, o seu navio. Pouco depois partimos para a ilha de Abaco, que apesar de pequena esconde vários tesouros escondidos, um ponto de sincronização e vida selvagem. Mas neste momentos estamos mais interessados no último elemento.

Os objetivos da missão são bem visíveis no ecrã. Devemos caçar algumas iguanas e ocelotes, utilizando os seus restos para melhorar os nossos coldres de forma a carregarmos duas armas. Também assinalados no ecrã estão objetivos secundários dentro do perímetro da missão - como matar um ocelote com um assassinato aéreo. Todas as missões incluem este tipo de objetivos alternativos que oferecem alguma variedade e recompensas extra.

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A conclusão das missões são agora brindadas com um novo sistema de classificação com cinco estrelas. Os jogadores podem assim votar na qualidade de cada missão, providenciado à Ubisoft feedback sobre que tipo de eventos mais se destacaram no jogo.

Encalhado na praia da ilha (e ao que parece será assim em todas as ilhas) está um pequeno barco que permite viajar instantaneamente para bordo do Jackdaw. Considerando que o navio de Edward não está assim tão longe, a inclusão deste pequeno barco parece-nos algo inútil, até porque retira alguma da ilusão que querem proporcionar com o novo jogo: saltar do barco, nadar para a praia e voltar, tudo sem ecrãs de carregamento. Contudo, em conversa com outro jornalista, este admitiu que prefere ter essa opção desbloqueada de início, já que considera o ato de navegar aborrecido - pelos vistos o grande foco da jogabilidade de ACIV não vai agradar a todos.

Nós, particularmente, estamos muito interessados no sistema de navegação de ACIV, mas também é fácil perceber que se pode tornar aborrecido. Adoramos essas secções em Assassin's Creed III, mas eram consideravelmente mais curtas e opcionais. A nova escala é bastante maior e pode afetar seriamente o ritmo do jogo. De qualquer forma não esperem um simulador aborrecido, além disso é fácil perceber que a produtora está a esforçar-se para tornar as viagens longas em algo interessante.

É raro não ter algo no horizonte que sirva de isco ao jogador, como uma ilha, um barco ou algo para caçar. Por vezes vão ver tudo ao mesmo tempo: durante a nossa sessão até encontramos uma frota que rodeava uma embarcação encalhada. Até no alto mar vão encontrar áreas restritas, onde os inimigos vão tentar empurrá-los de novo para águas livres. Por breves instantes também reparamos na presença de algo debaixo de água, quando uma linha de bolhas de ar chegaram à superfície, provavelmente libertadas por algum mamífero que não se quis revelar. Observamos contudo um par de golfinhos que nadavam perto de uma ilha pequena.

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Entre todas estas distrações estão prémios à espera de serem recolhidos das profundezas; carga perdida para encontrar e juntar aos espólios. Também vão encontrar alguns náufragos, que podem salvar e juntar à vossa tripulação. Tudo o que precisam de fazer é pressionar num botão contextual perto da carga ou dos náufragos. Os cantos do nosso mini-mapa estão atolados de ícones, sugerindo muitos mais pontos de interesse para investigar. Passem perto de uma ilha e a câmara vai afastar-se automaticamente para uma visão global (algo que esperamos que só aconteça na primeira vez que entram numa área).

Na PlayStation 4 a água do oceano é magnífica, ondulando e agitando-se conforme mudam as condições climatéricas. As tempestades chegam com rapidez e violência, algumas reduzindo a visão drasticamente com nevoeiros intensos. Nestas condições é impossível manter a velocidade e serão obrigados a navegar por entre as ondas bravas. Durante as tempestades encontramos um novo tipo de ameaça, na forma de ciclones que rodopiam aleatoriamente pelo mar e que obrigam a uma navegação auspiciosa para os evitar. Enquanto passávamos por um viramos a câmara apenas para o vermos destroçar outra embarcação como se nada fosse. Este leviatãs são imponentes no horizonte e alcançam bem alto nos céus, enormes quando vistos de perto.

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Entretanto tivemos tempo de aprender a utilizar o telescópio, com a habilidade fantástica de listar os conteúdo de qualquer embarcação que apanhe nas suas miras. Rapidamente vão começar a identificar os tipos de navios apenas pela sua forma. Entre os conteúdos, como madeira, barris e outros produtos semelhantes, o telescópio também indica o nível do navio; um único número que permite avaliar se essa será uma batalha fácil ou um confronto para outros dias.

Encontramos várias brigadas de nível 17 no oceano. Em mais ocasiões do que gostaríamos de admitir fomos obrigados a virar o barco e fugir, sobretudo frente a números muito superiores. Trabalhar na evolução do navio, melhorando as suas armas e proteções, é a única forma de sobreviver a estas batalhas navais ferozes.

Estes combates marítimos retém a qualidade do antecessor; rodeando o alvo à procura do momento certo para disparar os canhões. Agora podem definir que tipos de armas carregam em cada lado, permitindo ajustar a cada situação. A maioria já conhecemos de ACIII, mas existem novidades, como os barris explosivos que podem largar para surpreender qualquer navio que vos persiga. Uma nova arma de bordo permite disparar para os marinheiros oponentes, aliviando o caminho quando chegar a altura de invadir o navio adversário. Tudo considerado, foram bons momentos no alto mar.

Mas será que ainda existe mais para fazer além disto ou já vimos tudo o que podíamos ver das secções navais? Tentar abordar uma frota maior prende-se apenas com uma questão de tempo, até conseguirem melhorar Jackdaw, porque as táticas permanecem as mesmas. Considerando que estas secções serão muito mais importantes para ACIV do que foram para ACIII, então esperamos que o jogo final inclua bem mas variedade.

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Mais desapontante foram os mergulhos para vasculhar os destroços de outras embarcações. Depois de comprarem um equipamento de mergulho arcaico podem procurar no mapa por estes locais e tentar encontrar tesouros no fundo do mar. O tempo nestas situações é limitado e ainda terão de tentar evitar os predadores que habituam as águas. Os controlos pareceram-nos estranhos e Edward revelou-se difícil de comandar debaixo de água, obrigando-nos a mais visitas à superfície do que desejaríamos. Podem utilizar corais e plantas subaquáticas para tentar impedir confrontos com tubarões, uma mecânica que nos parece excessivamente re-aproveitada de um sistema idêntico em terra.

Ainda assim, foi em terra com a jogabilidade tradicional de Assassin's Creed que surgiram as nossas maiores preocupações. Não podemos negar a beleza e a variedade do mundo que a Ubisoft construiu, mas no núcleo do jogo residem mecânicas que praticamente não mudaram durante os últimos cinco anos. Se calhar é uma questão de falta de hábito, mas as perseguições furtivas dos alvos pareceram-nos atrapalhadas e com uma elevada hipótese de falhanço. Seja no meio dos arbustos ou escondidos no topo de algum edifício, a descoberta parece inevitável, por isso paramos de fingir que íamos conseguir permanecer escondidos e partimos diretamente para o combate.

Pelo menos essa secção ainda parece sólida; melhor neste tipo de confrontos de um contra vários oponentes só mesmo a série Arkham de Batman. Seria bom ter outro tipo de aviso quando os inimigos se preparam para disparar, mas também nos devemos recordar que estamos a jogar uma seção relativamente avançada do jogo. E embora ACIII ainda não tenha um ano, as nossas técnicas estão confessamente enferrujadas.

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Em termos técnicos, mesmo na versão de PS4, começam a notar-se as limitações desta geração. Os NPC mais banais exibem um grafismo muito inferior ao do elenco principal, os ambientes oscilam entre as florestas densas e detalhadas e as aldeias algo vazias e cruas. Ter GTA V ainda tão fresco na memória não favorece definitivamente este jogo da Ubisoft.

Assassin's Creed IV: Black Flag parece ter um elenco interessante e uma premissa excelente. Mais, pode ter encontrado forma de tornar as secções marítimas em algo verdadeiramente fantástico. Já nos parece mais interessante do que foi ACIII. A hipótese de a navegação pelo alto-mar se tornar em algo aborrecido, sinceramente, é uma preocupação menor. A grande questão reside nas mecânicas mais antigas da série, que suportam toda a experiência. Serão suficientes para um dos jogos que fecha uma geração e tentar começar outra? A resposta fica para a análise no final de outubro.

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