Esperava-se muito de Destiny quando foi lançado em 2014. Era um misto de jogo de ação na primeira pessoa com um MMORPG, e ainda por cima era feito pelos criadores de Halo, a Bungie. Infelizmente o jogo acabou por defraudar as expetativas, mas o suporte contínuo da Bungie ajudou a melhorar imenso a experiência de jogo. Desde então, Destiny tem sofrido muitos altos e baixos. Desde o criticado estado original, às boas análises da expansão The Taken King, Destiny conseguiu atravessar a tempestade e tornar-se num jogo mais próximo do conceito que todos esperávamos. Com estes dados em mentes, e com o muito referido "plano de 10 anos" que a Bungie tem para Destiny, pensámos em olhar para o presente, o futuro, e a sequela do jogo da Bungie.
A ideia dos criadores de Halo era criar um massivo universo partilhado online pelos jogadores, um jogo com a jogabilidade deliciosa de ação na primeira pessoa que tão bem são capazes de fazer, com estruturas dos MMO. O jogo inclui PvP, Strikers, e Raids, tudo atividades que podem completar em grupo e já depois de atingirem nível máximo. A ambição da Bungie e da Activision para Destiny era massiva, como foi evidente pelas palavras de Pete Parsons, COO da Bungie: "Queremos que coloquem o universo de Destiny na mesma prateleira que colocam Harry Potter, O Senhor dos Anéis, e Star Wars." Isto foi dito antes da Bungie ter encontrado uma parceria para publicar Destiny, parceira essa que se veio a revelar a Activision. Aparentemente a editora e a produtora assinaram um contrato de 10 anos no valor de 500 milhões de dólares.
Infelizmente o jogo nunca chegou sequer perto desse estatuto épico que a Bungie definiu, mesmo com as expansões, e mais longe estava quando foi lançado. Vários defeitos foram apontados ao jogo e à sua estrutura (e nem a prestação do ator Peter Dinklage no papel de Ghost escapou à ira dos jogadores), mas nada foi tão criticado quanto a estória, praticamente inexistente na versão original do jogo. A situação tornou-se ainda mais desagradável quando a Bungie anunciou uma série de pacotes de conteúdos pagos que seriam acrescentados ao jogo, algo que enfureceu os fãs.
Um dos maiores erros que a Bungie terá cometido (a Bungie ou a Activision, não sabemos de quem partiu a decisão) envolve o lançamento do jogo para PlayStation 3 e Xbox 360. Para tornar o jogo viável nas consolas de última geração tiveram naturalmente de fazer compromissos no jogo. Quem pagou a fatura foram as versões de PS4 e Xbox One, que nunca foram realmente aproveitadas ao máximo. Quanto à ausência de uma estória real, correm rumores de que a narrativa foi substituída a poucos meses do lançamento, mas este rumor não foi confirmado pela Bungie.
Apesar de todos estes problemas, a Bungie manteve-se fiel a Destiny e continuou a comunicar com a comunidade e a responder ao seu feedback. Com o tempo a Bungie começou a libertar conteúdo relevante na forma dos pacotes The Dark Below e House of Wolves, mas a primeira grande expansão do jogo foi The Taken King. Foi por altura desta expansão que a Bungie implementou grandes mudanças em Destiny, introduzindo recompensas mais aliciantes, mecânicas de jogo mais justas, e uma estória mais coerente e empolgante. Por altura de The Taken King, Destiny era já um jogo muito diferente e superior ao que era aquando do lançamento original.
A expansão mais recente, Rise of Iron, voltou a acrescentar mudanças importantes e a evoluir Destiny, e é possivelmente a maior indicação do que pode vir a ser o formato de Destiny 2. Rise of the Iron introduziu mecânicas para vários tipos de jogadores, reforçado o modo PvP, acrescentando um Raid, Strikes, e até corridas com as motas Sparrow. Rise of the Iron também trouxe a estória mais cinemática de Destiny até ao momento, uma boa variedade de missões, e mais opções de personalização para os jogadores. Tudo mostra o caminho mais provável para a sequela de Destiny.
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A informação disponível sobre Destiny 2 ainda é escassa, mas as conversas nos bastidores da indústria parecem indicar que o seu desenvolvimento já está bastante avançado e que até pode ser lançado ainda este ano. Independentemente da data de lançamento, a Bungie e a Activision terão de ter muito cuidado com a forma como vão abordar a sequela. A resposta negativa ao lançamento de Destiny é algo que tanto produtora, como editora, querem evitar a todo o custo para a sequela. A Bungie já corrigiu muita coisa em Destiny, mas ainda existem várias características que queremos ver em Destiny 2, que vamos abordar em baixo.
A abordagem da Bungie à estória de Destiny foi uma tremenda desilusão, e isso é algo que desejamos ver corrigido na sequela. Quando se compara propositadamente algo a Senhor dos Anéis, Star Wars, e afins, não se pode depois falhar de forma tão contundente. Destiny 2 é a oportunidade para a Bungie corrigir isso, e sabemos que têm o potencial como estúdio para o fazerem. O mundo que criaram com Halo, e as narrativas mostrada nas últimas expansões de Destiny são indicações desse potencial. A Bungie sabe trabalhar ficção científica, e Destiny tem uma história muito profunda e rica. Agora têm de conseguir trabalhar essa história para criarem uma estória igualmente épica.
Os jogadores investiram muitas horas e esforço em Destiny, por isso estamos curiosos para saber qual será a abordagem da Bungie em termos de personagens. Será que teremos de começar tudo de novo, ou será possível transportar a nossa personagem de Destiny para a sequela? Se optarem por obrigarem todos os jogadores a começarem de novo, será um rude golpe em quem tantas horas ofereceu a Destiny, mas por outro lado existem os novatos que podem muito bem jogar Destiny pela primeira vez na sequela. O mais justo, e provavelmente a abordagem mais provável, será um meio termo entre ambos. Não acreditamos que a Bungie permita começa a sequela com as personagens de Destiny tal como elas são, mas é provável que os jogadores sejam recompensados de alguma forma pelo seu esforço. Talvez com créditos, armas, equipamentos, e até uma espécie de memorial às personagens antigas.
O espaço social de Destiny não é particularmente empolgante, e parece-nos algo que deve ser re-trabalhado para a sequela. Por exemplo, a Tower, o primeiro espaço partilhado social, apenas suporta 16 jogadores. Isto é embaraçosamente limitado, e parece-nos resultado da produção do jogo para PS3 e Xbox 360. Além disso, não é muito grande. O último bastião da Terra acaba por parecer um pequeno bairro com uma dúzia de pessoas a correr de um lado para o outro. Este aspeto de Destiny é algo que a Bungie tem de corrigir para a sequela, e de forma semelhante será importante que as zonas abertas sejam expandidas em tamanho e número de jogadores.
O elemento de personalização das personagens em Destiny é razoável, mas há claramente espaço para a Bungie fazer mais e melhor na sequela. Jogos com espaços partilhados entre jogadores beneficiam imenso de individualidade, da capacidade dos jogadores expressarem a sua originalidade através da criação das personagens e dos itens que vão recebendo. Desejamos que a Bungie acrescente mais formas dos jogadores personalizarem as suas armas e armaduras, opções que permitam ainda mais expressão e individualidade aos jogadores.
Destiny tem muito conteúdo se compararmos com outros jogos, mas o objetivo da Bungie é manter os jogadores no mundo de Destiny durante meses a fio. Para isso, Destiny por vezes parece escasso e acima de tudo, lento na introdução de novo conteúdo. Gostaríamos de ver um ritmo mais acelerado da Bungie para a introdução de novas missões, Raids, Strikes, e opções PvP. E se quiserem aumentar a base de jogadores, então é também essencial incluir os jogadores de PC. Destiny nunca chegou a ser lançado para essa plataforma, mas parece-nos que todos ficariam a beneficiar se a sequela não cometesse o mesmo erro.
A Bungie prometeu grandeza para Destiny, e não consegui cumprir. Com Destiny 2 terão nova oportunidade de cumprirem esse objetivo, mas não podem falhar de novo. Especulações à parte, é provável que a Bungie comece a mostrar o jogo nos próximos meses. Se o objetivo é lançar Destiny 2 ainda este ano, a E3 2017 será obrigatoriamente uma grande plataforma para a Bungie começar a promover o jogo. Esta é a nossa opinião e desejos para Destiny 2. E vocês, o que gostariam de ver na sequela?