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Dragon Ball FighterZ

Dragon Ball FighterZ

O melhor jogo de Dragon Ball?

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Já perdemos conta ao número de jogos inspirados em Dragon Ball. Continua a ser uma das séries de animação mais famosas em todo o mundo, e as temporadas mais recentes acabaram por despertar a chama em muitos fãs. Nos últimos anos, esses fãs tiveram em Dragon Ball Xenoverse 1 e 2 boas propostas para se envolverem no universo da saga, mas este Dragon Ball FighterZ é algo muito diferente. Aqui a prioridade foi o sistema de combate, a jogabilidade, e também o grafismo. Desde o primeiro momento que Dragon Ball FighterZ pareceu ter o potencial para ser algo especial, e os múltiplos testes beta dos últimos meses ajudaram a reforçar essa ideia. Agora que jogámos a versão final, podemos confirmar que FighterZ tem de facto um grafismo espetacular e uma jogabilidade bastante divertida, mas em termos de conteúdo, ficou aquém das expetativas.

O jogo cumpre os mínimos, apresentando um modo estória, jogabilidade online, e um modo arcade, tudo integrado num centro que pretende juntar os jogadores. É suficiente para distrair os jogadores, mas se estão habituados a Dragon Ball Xenoverse 2, vão sentir falta da grande quantidade de conteúdo que está presente nesse jogo, a começar pelas personagens. Os nomes mais importantes estão cá todos - Goku, Vegeta, Piccolo, Cell, Gohan... -, e também existem alguns lutadores mais recentes, como Beerus, Hit, e Goku Black. Até existe um lutador completamente original, na forma da Android 21.

É uma lista razoável, mas está longe de ser a mais completa que vimos num jogo da saga. Muitas das personagens secundárias estão ausentes, e as várias formas de alguns dos lutadores ficaram também de fora. Não podem jogar com o Goku 'normal', por exemplo, ou com as várias transformações de Cell e Frieza. Existem algumas transformações no jogo, como Goku SSJ3, mas acontecem como parte de um movimento especial, e desaparecem assim que o movimento termina. Este leque de personagens curto, e a impossibilidade de transformar as personagens em combate, vai certamente desiludir alguns jogadores.

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Depois temos o modo estória, que foi a nossa maior desilusão com o jogo. É uma narrativa completamente original, que relata como umas misteriosas ondas de energia retiraram o poder de quase todos os lutadores. Apenas quem tem dentro de si uma "alma desconhecida" (o jogador), pode ter o seu poder de volta. A estória é contada através de sequências entre combates, utilizando o grafismo de jogo, mas o que vão ver resume-se sobretudo a conversa. O guião é bastante fraco e infantil, mas isso está dentro dos padrões habituais da saga. Mais estranho é o facto das animações durante as sequências serem tão pouco fluídas, quase em câmara lenta. A narrativa foca também a presença de clones um pouco por todo o mundo, clones inspirados nas várias personagens do jogo. São estes clones que acabam por servir como principais inimigos do modo estória, o que implica que irão lutar repetidamente contra os mesmos oponentes.

O modo estória está dividido em três arcos, que contam a mesma narrativa, mas de perspetivas diferentes. Quando acabarem o primeiro arco, vão ter ainda muitas questões, que serão respondidas nos arcos seguintes.

Cada capítulo inclui uma área de jogo, na forma de um tabuleiro, onde estão posicionadas várias peças. Existe o objetivo de estória, algumas combates secundários onde podem ganhar itens, e batalhas que permitem desbloquear outras personagens. O número de passos que o jogador pode dar neste tabuleiro é limitado, mas terão sempre passos suficientes para cumprirem a maioria dos objetivos sem problemas. Por vezes surgem combates extra, já depois de terem navegado o mapa, que garantem vantagens se os vencerem, mas são demasiado fáceis. A menos que nos tenha escapado algo, não existe qualquer forma de alterar a dificuldade do modo estória, e como está, conseguimos vencer a esmagadora maioria dos combates sem perder saúde. Existem alguns combates que servem como tutoriais, mas mesmos os que não são tutoriais, e até combates contra personagens muitos níveis acima do nosso, foram exageradamente fáceis.

Isto retira qualquer tensão ou entusiasmo ao jogo, já que não é preciso qualquer esforço da nossa parte. Talvez esteja aqui a falhar alguma coisa, uma opção obscura que não conseguimos encontrar, ou talvez a Arc System Works esteja a preparar modificações através da atualização de lançamento (a que não tivemos acesso), mas o que jogámos é excessivamente fácil. Em cima disso considerem a estória pouco interessante, e os combates repetitivos contra as mesmas personagens, e deve ser fácil perceber porque ficámos tão desapontados com o modo estória de Dragon Ball FighterZ.

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Acabámos por gostar mais do modo Arcade. Aqui a dificuldade está mais equilibrada e vai melhorando conforme avançam pelos combates. Existem três variantes do modo Arcade - com três, cinco, e sete combates -, e cada variante tem um segundo formato Difícil, para quem estiver à procura de um desafio mais apetecível.

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O maior desafio, contudo, será online, contra outros jogadores. A versão que jogámos ainda tinha o modo online desativado, mas do que vimos nas versões beta, parece estar a funcionar bem. Seja como for, caso se registem problemas, iremos avisar-vos disso mesmo. Além dos combates, podem interagir com outros jogadores através da área central. Aqui podem escolher uma personagem para vos representar, e existem uma série de itens de personalização que podem desbloquear. Novas personagens, cores, títulos, símbolos... tudo isto pode ser desbloqueado com a compra de cápsulas. Imaginem Loot Boxes na forma de cápsulas, que podem ser compradas com moedas que ganham a jogar. Parece-nos que também será possível comprar cápsulas com dinheiro real, mas ainda não conseguimos confirmar isso. Seja como for, todo o conteúdo das cápsulas é cosmético.

O melhor elemento de Dragon Ball FighterZ é mesmo o grafismo. É espetacular, a forma como os modelos 3D do jogo conseguem recriar tão bem o visual animado da série. Assemelha-se a um episódio de grande qualidade, com personagens altamente detalhadas e excelentes efeitos visuais. Os efeitos sonoros estão também dentro do que podemos esperar de um jogo de Dragon Ball, e os fãs vão certamente a apreciar a opção para jogar com vozes em inglês ou japonês. E depois temos a jogabilidade.

Dragon Ball FighterZ funciona como um jogo de combate em 2D, e emprega um estilo de jogabilidade extremamente fluído e veloz. É tudo muito rápido e espetacular, com uma jogabilidade relativamente acessível. As combinações são fáceis de executar, e o jogo consegue um bom equilíbrio entre manter-se fiel à série, e traduzir isso em golpes que funcionam com o ritmo rápido da jogabilidade. Depois de passarem pelos tutoriais, devem ter uma boa idea de como todo o jogo funciona.

O sistema de combate é baseado em batalhas de três contra três, ainda que apenas um lutador esteja ativo de cada lado. Podem alternar entre os lutadores a qualquer momento, e também podem pedir o seu auxílio. Este é um factor bastante importante da jogabilidade, e para terem sucesso nas batalhas mais desafiante, terão de aprender a utilizar as ajudas e a troca de personagens. Quando uma personagem está fora, pode regenerar parte da sua saúde, o que também acaba por oferecer um certo cariz tático ao jogo. O maior problema deste sistema acaba por ser a confusão criada no ecrã. Com uma jogabilidade tão rápido, e efeitos que preenchem grandes porções do ecrã, por vezes é difícil perceber o que se passa.

As personagens têm as suas diferenças, mas em termos de controlos, são todas iguais. É algo comum a isto tipo de jogos inspirados em Animé, mas que acaba por tirar alguma profundidade e variedade à jogabilidade. Ainda assim, o mais importante a reter é que o combate de Dragon Ball FighterZ é acessível e divertido, com algum espaço de manobra para evoluírem.

Dragon Ball FighterZ é um verdadeiro jogo de luta, mais próximo em jogabilidade de algo como Injustice 2 e Street Fighter V, do que Dragon Ball Xenoverse ou Dragon Ball Battle of Z. Nos campos de grafismo e jogabilidade, Dragon Ball Fighter Z é o melhor jogo da saga que já jogámos, mas pensamos que em termos de conteúdo tem ainda muito por onde melhorar. O ano passado tivemos excelentes jogos de luta, como Injustice 2, Tekken 7, e Marvel vs Capcom: Infinite. Comparando com esses, Fighter Z acaba por estar ao nível de Marvel vs Capcom: Infinite (na nossa opinião, o pior dos três referidos em cima), mas se são fãs de Dragon Ball, é uma recomendação fácil - desde que tenham consciência dos problemas de conteúdo que referimos.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Grafismo fantástico. Sistema de combate acessível e divertido. Modo de estória original. Inclui as personagens mais importantes.
-
Modo estória é repetitivo. Em termos de conteúdo está a quilómetros de Xenoverse.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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