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Entrevista Gears of War: Bloodlines

Conversámos com Jason M. Hough, autor do livro que antecede os eventos de Gears Tactics.

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Se procurar nas prateleiras de livrarias, é provável que encontre livros baseados em videojogos. Alguns recontam os eventos dos jogos em si, outros completam essas histórias, como foi o caso dos cinco livros de Karen Traviss focados na trilogia de Gears of War. Entretanto saíram Gears 4 e 5, contando uma nova história com uma nova geração de personagens, e mais recentemente, Gears Tactics, que serve de prequela para toda a saga.

Gears of War: Bloodlines, que é o novo livro de Jason M. Hough (autor de Gears of War: Ascendance), surge precisamente como prequela a Gears Tactics. Publicado pela Titan Books, e com um preço a rondar os 15 euros, Bloodlines tem sido bem recebido por críticos e fãs, e quando tivemos a oportunidade de conversar com Jason M. Hough, aproveitámos de imediato para saber a sua ligação com os videojogos em si.

"Já joguei Gears of War 4 e Gears 5 várias vezes. Quando fui originalmente abordado para escrever estes livros ainda não tinha jogado qualquer Gears of War, por isso, antes de aceitar o convite, observei um Youtube chamado TheRadBrad a jogar todos os títulos. Ver, em vez de jogar, permitiu-me realmente focar a atenção na história e nas personagens. Quando ao universo expandido em si, evitei de propósito ler outros livros baseados em Gears of War, porque não queria copiar o seu estilo mesmo de forma subconsciente. Quanto ao convite, surgiu porque o meu editor na Titan Books pensou que eu seria um bom encaixe para o projeto, já que existem algumas semelhanças com a minha saga de Dire Earth. Já tínhamos trabalhado em conjunto com Mass Effect, e por isso, quando surgiu Gears, ele chamou-me de imediato."

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"Para mim, o processo de adaptar um videojogo a livro passa por manter o tom e o espírito desses jogos. Quero que os meus livros pareçam a adaptação de parte de um jogo que nunca foi lançado. Esse processo passa por entrar em sintonia com os próprios jogos, e manter-me tão próximo deles quanto possível. Por vezes existe a tentação de levar as coisas noutra direção, ou fazer algo que os jogos nunca fariam, mas eu quero que os livros baseados em jogos me ofereçam a mesma sensação que tenho ao jogar o jogo em si."

Como referimos no início, esta é a segunda vez que o autor mergulha no universo de Gears of War, logo, quisemos perceber qual foi mais difícil de escrever - Ascendance ou Bloodlines.

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"Penso que Bloodlines foi mais difícil, porque com Ascendance eu tinha uma ideia clara do que queria fazer. É preciso lembrar que, embora Ascendance tenha sido posicionado como uma prequela para Gears 5, em muitos aspetos era mais uma sequela para Gears of War 4, arrancando imediatamente de onde esse jogo acabou. Isto significa que com Ascendance eu tinha material de dois lados para me guiar, enquanto que com Bloodlines eu só tinha alguma informação acerca de Gears Tactics. Também se passa num período com o qual eu não estava tão familiarizado, a Guerra de Pendulum. Em cima de tudo isto, eu escrevi a maioria do livro enquanto a equipa de produção ainda estava a acabar Gears 5, o que me obrigou a inventar mais, e depois rever mais tarde, o que ocorreu bastante."

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"Acabei por ter muita liberdade para escrever, porque basicamente disseram-me que Gabe Diaz tinha de estar num certo contexto no início de Gears Tactics, e o meu trabalho era levá-lo até lá. Eu tentei escrever Bloodlines de forma a que um leitor que não esteja familiar com Gears of War possa perceber o que se passa, ou pelo menos em termos de ideias gerais, mas escrever sem entrar em grandes pormenores ou sem explicar tudo, foi uma decisão consciente. A esmagadora maioria dos leitores serão fãs de Gears of War, e eu não os quero frustrar com explicações de coisas que eles já conhecem muito bem."

Além de ter confirmado ao Gamereactor que está aberto à ideia de escrever mais obras de Gears of War no futuro, Jason M. Hough também partilhou connosco o seu processo de escrita.

"Depois de ter definido a estrutura de capítulo a capítulo, tenho um boa ideia do número de palavras que vão estar no livro. Para referência, os meus livros de Gears of War têm algo como 90 mil palavras, e depois de ter esse número, é uma questão de os dividir pelo número de dias que tenho até fecho de escrita, para saber quantas palavras tenho de escrever por dia. Alguns dias eu não cumpro esse número, noutros eu posso, por isso acaba por se equilibrar. Se eu só escrevesse quando me sinto inspirado, faria muito pouco, mas depois de ler o que já escrevi, é tudo o que preciso para continuar. Isso e ouvir a banda sonora de Gears of War enquanto escrevo."

Para terminar, Jason partilhou alguns dos livros que aconselha a todos os jogadores: You, de Austin Grossman, Velocity Weapon de Megan O'Keefe, Fever de Deon Meyer, e Black Sun, de Owem Matthews. Quando a Gears of War: Bloodlines, pode encontrar mais informações acerca do livro no site oficial.

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