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Far Cry 6

Far Cry 6

Equipámos o nosso melhor fato de guerrilha para tentar libertar a ilha tropical de Yara.

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Se tinha a esperança de que a Ubisoft estivesse a tentar algo novo com Far Cry 6, vai ficar desiludido. Far Cry 6 segue à risca a fórmula típica da série e dos jogos Ubisoft no geral, apresentando um louco mundo aberto cheio de oportunidades e ação, mas também muita repetição. Por outro lado, se era precisamente isso que procurava - mais do Far Cry que já conhece e adora -, então é isso mesmo que vai receber.

Em Far Cry 6 vai assumir o papel de Dani Rojas, um guerrilheiro (a personagem pode ser masculina ou feminina) que se associou ao grupo rebelde dos Libertads, com o objetivo de livrar a ilha fictícia de Yara do seu presidente opressivo, Anton Castillo, que é interpretado por Giancarlo Esposito. É uma história que segue de forma geral a estrutura típica de Far Cry, pedindo ao jogador que cause todo o tipo de caos e confusão em áreas controladas pelo exército de forma a diminuir a influência de Castillo. Far Cry 6 marca também o regresso a um tipo de protagonista com maior ligação à história, e com presença nas sequências cinemáticas e com voz. Gostamos mais deste estilo do que o de Far Cry 5, em que o protagonista era silencioso.

Yara é uma ilha linda, com grande influência sul-americana, e apresenta vários tipos de ambientes diferentes. Desde as ruas movimentadas da cidade Esperanza às florestas verdejantes do interior, existe muito para ver e explorar na ilha. O jogo está recheado de pontos de interesse, embora muitos deles sejam postos de controlo militares ou bases, que o jogador deve destruir e oferecer às forças da Libertad. Também existem corridas, tesouros, segredos, e várias missões secundárias (muitas delas hilariantes e loucas) para completar.

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Como tem sido típico nos últimos jogos da série, também terá de procurar materiais para que possa evoluir as suas armas. O mundo está cheio de recursos, mas depois de termos feito isto noutros jogos, esta atividade começa a tornar-se francamente repetitiva e aborrecida. Pelo menos as recompensas são boas - possivelmente demasiado boas -, permitindo evoluir a sua personagem para um ponto absurdo. Estes recursos também permitem construir edifícios para a Libertad e desbloquear algumas atividades novas em Yara.

Far Cry 6Far Cry 6

Far Cry 6 tem um incrível lote de opções de personalização, inclusive em termos de armas. Pode equipar silenciadores, fabricar munições que penetram armadura, dedicar-se a explosivos, ou tentar uma abordagem de maior alcance. Pode abordar a ação de várias formas, e isso é um dos pontos mais fortes de Far Cry 6, já que todos os estilos de jogabilidade funcionam bem e são divertidos.

Quanto aos edifícios da Libertad, funcionam como centros de certas áreas de Yara, desbloqueando novas oportunidades e funções como esconderijos, vendedores de mapas para os melhores locais de caça e pesca, e até locais onde pode trocar recursos por vantagens permanentes ou temporárias a Dani.

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Não podemos esquecer as várias personagens loucas que irá conhecer pelo caminho, e sobretudo os companheiros animais que pode ter, como Chorizo (um cão adorável que tem rodas em vez de patas traseiras) e Guapo (um crocodilo furioso que tem uma t-shirt vestida). Também tem acesso a um novo ataque especial, através de uma super mochila que terá às costas e que permite lançar fogo para o chão ou mísseis contra vários alvos. Em termos de navegação terá acesso a vários tipos de veículos, wingsuits, e pela primeira vez na saga - cavalos.

Tem sido sobretudo essa a nossa experiência com Far Cry 6. Não é nada de novo, pelo contrário, é excessivamente familiar, mas é uma experiência de jogo afinada que tem momentos de grande diversão Mas, quanto mais jogávamos, mais ficávamos com a sensação de que Far Cry está a perder a sua identidade.

Far Cry é suposto passar a fantasia de um sobrevivente que deve tentar libertar um povo opressivo, mas é difícil olhar para Dani como um lutador de guerrilha, com pouco treino, e com as chances contra si. Pelo contrário, Dani vai tornando-se tão poderoso que de certa forma até sentimos pena de Castillo, porque a verdade é que o ditador numa teve hipótese. Com tremendo poder de fogo, habilidades quase sobre-humanas, e o auxílio da resistência, Dani é praticamente imparável. E isso tirou-nos alguma do desafio do jogo, o que a médio prazo também começou a tirar a diversão.

Não nos interprete mal. Nós divertimo-nos com Far Cry 6, e a espaços tem momentos brilhantes, hilariantes, ou explosivos. É um jogo que segue uma fórmula incrivelmente afinada, mas que também pouco arrisca, e depois de algumas horas de jogabilidade, foi difícil não ficar aborrecido com o que Far Cry 6 tem para oferecer, sobretudo depois de já termos jogador FC3, 4, 5, e New Dawn. Se o que procura é mais do mesmo, então vai encontrar aqui uma excelente experiência Far Cry que irá saciar esse apetite. Mas se queria algo um pouco mais arrojado, ou até coerente em termos de história e tom, não é isso que irá encontrar.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Bom grafismo com grande nível de produção. Jogabilidade apurada com muitas opções de personalização. Yara é um sítio lindo com muitas oportunidades.
-
No fundo é apenas mais um Far Cry. Protagonista torna-se excessivamente poderoso. Sistema de loot é aborrecido. Anton Castillho é algo desapontante como vilão.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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