Depois de várias horas com a versão final de Anthem, e de espreitarmos a última transmissão realizada pela Bioware antes do lançamento, sentimos-nos preparados para responder a algumas das questões e dúvidas mais importantes que ainda podem ter sobre Anthem.
História, mundo partilhado, e co-op
Em termos práticos de jogabilidade, Anthem pode ser descrito como um shooter na terceira pessoa, com elementos ligeiros de RPG. Os jogadores têm acesso a quatro classes (Javelins), embora estejam previstos mais Javelins para o futuro. Cada fato tem diferentes características, permitindo aos membros de um grupo assumirem papéis distintos. Estes Javelins são fatos mecânicos, semelhantes ao Homem-de-Ferro, por exemplo, e distinguem-se pela capacidade de voo. O mundo de Anthem não é muito grande em termos de largura, mas compensa esse elemento com grande verticalidade.
Ao nível de estrutura, Anthem divide-se em quatro elementos: A história, que é sobretudo contada através de interações com personagens na área central (Fort Tarsis), e que é exclusiva ao jogador singular. Mesmo que estejam em grupo, cada elemento irá para a sua própria versão de Fort Tarsis. Free Play permite explorar o mundo de Anthem sem um objetivo definido, e aqui podem cumprir desafios diárias, semanais, ou mensais, e participar em eventos aleatórios - Free Play obriga a partilharem o mundo com outros três jogadores.
As expedições são essencialmente missões, que se podem dividir entre história ou objetivos secundários, como contratos. Estas expedições podem ser jogadas a solo, ou em grupo, e quando o objetivo é cumprido, são imediatamente transportados para Fort Tarsis (não podem fazer duas missões ao mesmo tempo, por exemplo). Por último, temos os Strongholds, comparáveis às masmorras de outros jogos do género. Os Strongholds têm de ser jogados em grupos de quatro, seja com amigos, ou com desconhecidos via emparelhamento.
Uma última palavra para Launch Bay, uma área social que suporta até 16 jogadores, e que é essencialmente uma versão mais prática de Fort Tarsis, sem personagens, mas com todas as ferramentas e lojas.
Comunicação, guildas, e cross-play
Anthem é um jogo desenhado para jogabilidade cooperativa, mas é ainda muito limitado em termos de interação e comunicação. Só podem comunicar por voz, por exemplo, o que dificulta imenso a cooperação durante sessões em que estão a partilhar a experiência com um grupo de desconhecidos.
O estúdio revelou que está a trabalhar em formas de melhorar a comunicação, e até olhou para o que a Respawn fez com Apex Legends. Nesse jogo, os jogadores podem usar um único botão para assinalarem inimigos, armas, e pontos de interesse, e algo semelhante pode eventualmente chegar a Anthem. Contudo, não será um processo fácil, já que Anthem não tem qualquer botão livre neste momento nos comandos de consolas. O mesmo problema coloca-se em relação a comunicação por texto, outra função que está a ser ponderada para o futuro, mas que não está disponível neste momento, nem sequer no PC.
Um dos maiores problemas dessa falta de comunicação, é o facto do jogador não conseguir pedir aos seus companheiros para que o ressuscitem se for eliminado. Isto pode ser frustrante porque, a menos que sejam ressuscitados, ou saiam do jogo, não vão conseguir fazer nada a não ser olhar para a vossa personagem em agonia. Considerando o quão frustrante isto pode ser, trata-se de um problema que a Bioware pretende resolver no futuro próximo.
Guildas, clãs, ou outro nome para associações e comunidades de jogadores, são uma presença comum na maioria destes jogos, mas Anthem não tem qualquer opção deste género. Eventualmente, o plano da Bioware passa por implementar guildas ou algo equivalente, mas não esperem essa opção para breve - e se tinham esperança de um espaço físico que pudessem partilhar com a guilda, como um templo, a Bioware já descartou essa hipótese.
O estúdio também falou sobre a possibilidade de criar cross-play entre PC, PS4, e Xbox One, e afirma que é algo que pode ser implementado com facilidade. Contudo, reconhece que ainda é algo que tem de ser aprimorado com as fabricantes de consolas, e que embora seja uma hipótese para o futuro, não será implementado para breve.
Loot, crafting, e micro-transações
Como em qualquer "looter shooter", a parte do "loot" acaba por ser tão importante quando tudo o resto, já que é essencialmente a 'cenoura' que o jogador irá perseguir ao longo de semanas e talvez meses. De momento, não existe loot específico para nenhum tipo de inimigo, nem sequer bosses. Tudo é aleatório, com diferentes graus de categoria. Podem adquirir novas armas, recursos, peças para o Javelin, e até habilidades. A pedido dos fãs, a Bioware também já confirmou que irá eventualmente acrescentar itens cosméticos ao loot.
Em alternativa ao loot, podem criar armas, habilidades, peças da armadura, e até itens. Podem escolher diferentes categorias de qualidade para cada, mas isso irá também aumentar a qualidade dos recursos necessários. E sim, podem desfazer loot que já não desejem para recolherem materiais.
Anthem terá também uma loja de conteúdo cosmético. Peças, material da armadura, animações, e sigils (desenhos), são alguns dos itens que podem comprar nestas lojas. De momento, a loja só tem até seis itens à venda de cada vez, existindo uma rotação de itens a cada determinado número de dias. Estes itens podem ser comprados de duas formas - com moedas de ouro, que ganham a jogar, ou com Shards, que só podem adquirir com dinheiro real. Cada 100 shards equivale a 1 euro, mas o mínimo que podem comprar é 1,000 shards (10 euros).
End-game, expansões, e PvP
Anthem tem um sistema de subida de nível bastante tradicional, à base de experiência, e neste momento, o nível máximo é 30. Quando chegarem a nível 30, e depois de cumprirem esta primeira vaga de história, espera-vos o end-game, ou seja, conteúdo desenhado para jogadores que completarem a história e chegaram a nível máximo.
A forma de continuarem a evoluir depois de nível máximo passa por melhor loot, e para isso, terão acesso a três dificuldades extra. De base, Anthem permite jogar em Easy, Normal, e Hard, mas depois de chegarem a nível 30, vão desbloquear as dificuldades Grand Master, Grand Master 2, e Grand Master 3. A ideia é repetirem conteúdo com dificuldades superiores, que além de aumentar a dificuldade (naturalmente), eleva também as vossas hipóteses de conseguirem loot de melhor qualidade.
Outro grande foco do end-game serão os Strongholds, missões desenhadas de propósito para grupos de quatro jogadores, que pretendem testar as capacidades do grupo. Esperem inimigos e bosses um pouco mais... criativos que o habitual, e também recompensas superiores. Neste momento existem três Strongholds em Anthem. Além das dificuldades e dos Strongholds, vão também encontrar contratos e missões repetíveis, com regularidade diária, semanal, e mensal.
O que vão encontrar neste momento em Anthem é a 'base', se quiserem, uma base que a Bioware irá expandir e melhorar com o tempo. Considerando que o jogo tem micro-transações, todo o conteúdo de história extra será introduzido de forma gratuita. Estas 'expansões' são definidas como Atos, e o primeiro ato de história será lançado já em março. Cada ato pretende introduzir um novo episódio narrativo, novas localizações, mecânicas de jogabilidade, armas, e eventos. O primeiro ato, por exemplo, vai culminar num cataclismo, que segundo a Bioware será um evento disponível durante um curto espaço de tempo, que "irá mudar o mundo de Anthem".
Normalmente, este tipo de jogos costuma também incluir alguma forma de PvP no end-game, uma forma dos jogadores testarem as suas capacidades em modos competitivos. Anthem, porém, não vai incluir qualquer modo PvP no lançamento, e segundo a Bioware, nem sequer é algo que tenham planeado para o futuro a curto e médio prazo. Talvez mais tarde, mas PvP não é uma prioridade para a Bioware.
Acreditamos que uma grande parte das dúvidas mais importantes estão respondidas neste artigo. A grande questão, contudo, se Anthem é ou não um jogo em que valha a pena investir, será respondida na nossa análise, que deve ser publicada no início da próxima semana.