A série Hitman tem sofrido uma série de mutações ao longo dos anos, algumas mais bem recebidas que outras. Mais recentemente, a IO Interactive decidiu criar uma experiência mais aberta, dividida em episódios, e modernizou alguns conceitos da jogabilidade. Alguns jogadores gostaram do formato, outros nem por isso, mas com o lançamento das versões completas, Hitman acabou por conquistar a maioria dos fãs. A nova divisão do jogo em grandes áreas abertas, permitiu à IO introduzir vários desafios extra, como os Elusive Targets, Escalations, e até missões criadas pelos jogadores.
Entretanto houve uma mudança de editora. A Square Enix largou a IO Interactive e a licença de Hitman, e ambos foram 'agarrados' pela Warner Bros. Agora, com nova editora, a IO tenta construir em cima da base de Hitman, embora tenha mudado de abordagem. Em vez de lançar episódios com meses de separação, Hitman 2 será lançado como um jogo completo a 13 de novembro, para PC, PS4, e Xbox One, e para nos mostrar as novidades, a IO convidou-nos até ao seu estúdio para algumas horas de jogo.
Hitman 2 estará novamente dividido em localizações, e a nossa primeira visita foi a Miami. Jogámos The Finish Line, uma das missões de história de Miami, mas depois de uma longa sequência de vídeo, percebemos que não se tratava da primeira missão. Ainda assim, tínhamos a informação necessária para continuar. A missão passa-se durante um evento, o The Innovation Race, uma corrida em que as principais fabricantes colocam os seus últimos carros em competição. A missão definiu-nos dois alvos: a piloto Sierra Knox, e o seu pai, Robert Knox, um milionário dono da companhia Kronstadt.
O jogo finalmente deu-nos o controlo, e o que fizemos? Começamos a correr como uma galinha sem cabeça à procura de um sítio para pôr a arma - nunca iriam deixar-nos passar com ela. Entrámos, e depois decidimos ganhar alguma ideia da disposição da área. Depressa nos apercebemos que as Opportunities - agora denominadas de Story Missions - levam ao percurso mais simples para uma morte sem complicações. Isto levou-nos a um mecânico, que estava ao telefone a falar sobre a necessidade de substituir um membro da equipa de apoio a Sierra. Cumprindo com o estilo típico de Hitman, seguimos o mecânico até chegarmos a uma área sem ninguém por perto, derrubámos-lo, e roubámos a sua roupa. A partir daqui foi fácil desparafusar ligeiramente as rodas do carro, o que eventualmente levou à morte de Sierra durante a corrida.
Ficou a faltar o senhor Knox, que estava a passear-se numa parte do evento. Foi mais complicado chegar ao nosso novo alvo, sobretudo porque não conhecemos a área - algo que será mais fácil à medida que repetem a missão, já que tentativa e erro é um dos pilares de Hitman. Um pormenor que mudou neste jogo, é que já não podem ter armas ou itens suspeitos à mostra. No anterior, ninguém suspeitava de um guarda com uma espingarda personalizada de longo alcance nas costas, mas isso já não acontece em Hitman 2. É aqui que entra em jogo a nova mala, onde podem esconder alguns itens.
Inspirados por um momento de alguma poesia, decidimos que o Sr. Knox iria morrer com aquilo que mais amava, tal como a sua filha. Neste caso, esse "amor" estava relacionado com uma bolas de coco locais. Procurámos e encontrámos veneno de rato, roubámos a roupa do dono do stand da comida, e servimos uma deliciosa bola de coco envenenada ao nosso alvo. Acontece que o Sr. Knox não morreu do veneno, mas ficou mal disposto e deslocou-se a uma longa fonte de água para vomitar. Um empurrão e a missão ficou concluída, com uma classificação de Assassino Silencioso.
O nível seguinte que experimentámos foi na Colômbia, que tal como o mapa anterior, é enorme. Mais tarde até nos perguntaram se tínhamos encontrado uma série de objetos e animais, incluindo um hipopótamo, mas não foi o caso. A missão em si pediu-nos para eliminar-nos três alvos em três áreas diferentes, todos eles relacionados com um cartel de droga. Jorge Franco estava numa gruta, que é uma base de operações escondida, Rico Delgado podia ser encontrado na sua mansão, e Andrea Martinez estava próxima de uma vila na floresta.
Ao seguirmos a missão de história, encontrámos cola e veneno de rato. Com a cola, arranjámos um brinquedo partido que tinha sido usado para transportar cocaína, que eventualmente entregámos a Jorge Franco para investigar. Distraído, eliminámos o nosso alvo com facilidade. Rico Delgado foi ainda mais fácil, seguindo uma estrutura linear e clássica de Hitman. O terceiro alvo pareceu ser mais complicado. Tentámos um fato de bruxo para nos aproximarmos de Andrea, o que não resultou, mas antes que pudéssemos tentar outra solução, a IO Interactive informou-nos que o nosso tempo com o jogo tinha terminado.
O melhor elogio que podemos fazer a Hitman 2, é que gostaríamos de ter continuado a jogar. Existem melhoramentos consideráveis em relação ao jogo anterior, que já era uma base bastante sólida. As missões foram divertidas, e cada mapa pareceu ter inúmeras formas de invadir locais, de chegar aos alvos, e de os eliminar. O jogo será lançado com uma boa dose de conteúdo, mas a IO informou-nos ainda que irá lançar vários desafios, níveis, e modos ao longo dos próximos meses.
O primeiro assassinato, embora criativo, foi demasiado fácil, o que nos levou a recear que o jogo tivesse sido facilitado em demasia. Essa noção, felizmente, dissipou-se com os objetivos seguintes. Vão existir abordagens mais fáceis que outras, mas precisámos sempre de estudar o mapa e o comportamento do alvo em questão. Além disso, convém referir que existem três níveis de dificuldade - Casual, Profissional, e Mestre -, e nesta demo específica, só foi possível jogar em Casual, o que significa que o jogo pode tornar-se consideravelmente mais desafiante se assim o desejarem. E ao contrário do antecessor, os níveis de dificuldade estarão desbloqueados de início.
Também ficámos impressionados com a qualidade do lado técnico do jogo. Tudo correu maravilhosamente a nível de fluidez, com uma grande capacidade visual, embora seja necessário referir que jogámos a versão PC. A nível sonoro, Hitman 2 apresentou também grande capacidade sonora, desde o barulho dos carros e o ruído do público em Miami, aos sons de animais na Colômbia. Mais importante ainda, a IO Interactive parece ter finalmente resolvido um dos problemas dos jogos anteriores - os sotaques. No passado, independentemente do local, quase todas as personagens falavam com sotaque britânico ou americano, mas não é o caso com Hitman 2. Ouvimos bastante espanhol, e inglês com sotaque sul-americano, na Colômbia, o que nos deliciou.
As missões parecem ser robustas e bem desenhadas, os mapas são densos e repletos de possibilidades, e com várias melhoras técnicas, Hitman 2 deixou-nos genuinamente entusiasmados. Hitman 2 vai enfrentar a concorrência de vários lançamentos importantes nestes meses até ao fim do ano, mas está definitivamente na nossa lista 'a jogar'.