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Starlink: Battle for Atlas

Starlink: Battle for Atlas

A Ubisoft adere ao mercado dos toys-to-life com um projeto ambicioso e divertido.

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O chamado género de "toys-to-life" parecia morto, depois de Disney Infinity, Lego Dimensions, e Skylanders, terem parado de contribuir com novos jogos e figuras. O maior problema, segundo consta, esteve na dificuldade de encontrar um equilíbrio entre o preço de fabrico das figuras, e o preço de venda ao consumidor. Bem, pelos vistos ninguém avisou a Ubisoft desse perigo, porque contra toda a tendência do momento, a editora decidiu investir no seu próprio toys-to-life.

A seu favor, felizmente, estão vários factores, incluindo o facto de ser um jogo ambicioso. É um jogo de naves, com componentes RPG, exploração de planetas, e uma história interessante, relatada com fantásticos vídeos e legendas em português do Brasil. E sim, a tecnologia é também impressionante.

St. Grand é um cientista misterioso, que juntou um grupo de pilotos liderados por Mason Rana. Mason é o inventor da tecnologia Starlink, e St. Grand ajudou-o a aperfeiçoar essa tecnologia ao introduzir-lhe Nova, uma misteriosa fonte de poder. Isto deu ao Starlink a capacidade de transferir objetos e pessoas para grandes distâncias quase instantaneamente, o que de forma justifica a capacidade do jogador para mudar naves, pilotos, asas, e armas a qualquer momento. Sem revelarmos muito mais da história, será suficiente referir que vão parar ao sistema Atlas, situado a 431 anos-luz da Terra. Aqui, o maléfico Drax comanda a Forgotten Legion, enquanto procura a tecnologia perdida dos Wardens, uma raça misteriosa que desapareceu há vários anos.

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Todas as peças que referimos em cima - naves, armas, pilotos, e asas -, apresentam um detalhe bastante agradável e um design inspirado, não só no jogo, como na vida real. São o tipo de figuras que não ficaram mal em qualquer prateleira que tenham outras figuras mais caras. Para passar a informação das figuras para o jogo, terão de usar um acessório que se pega ao comando, no caso de PS4 e Xbox One, e que se transforma no próprio comando, no caso da Switch (juntam-lhe os Joy-Con, essencialmente). Funciona, e não incomoda muito, mas não deixa de ser estranho ter uma nave pegada ao comando.

Starlink: Battle for AtlasStarlink: Battle for Atlas

Para terem tudo o que precisam, terão de comprar o Starter Pack, pacote que inclui o jogo, Mason, a sua nave, e armas, no caso de PS4 e Xbox One. Já na Nintendo Switch, esse pacote inicial inclui FoxMcloud e a sua nave, ambos da série Star Fox. Este pacote inicial custa € 79.99, enquanto que uma nave extra custa € 29.99, e um piloto custa € 7.99. Tudo tem as suas próprias características: as armas incluem vários tipos de disparos e efeitos elementais, os pilotos têm habilidades únicas, e tudo junto contribui para elementos como peso, velocidade, e armadura.

O jogo em si não é muito difícil, e será possível terminar a aventura sem ser preciso grandes mudanças de armas, mas vão facilitar a vossa vida se tiverem várias opções. Existem vários tipos de inimigos no jogo, que reagem de formas diferentes aos tipos de ataques que têm. Alguns são fracos contra fogo, outros contra gelo, e até podem criar combinações, como usar um ataque de fogo seguido de um ataque de gelo para criar um choque térmico. À medida que avançam na aventura, vão ganhado pontos de experiência para melhorarem o piloto, e vários tipos de peças e módulos que acrescentam efeitos passivos à nave e às armas.

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Starlink: Battle for Atlas inclui também um modo cooperativo, e este segundo jogador pode escolher jogar com qualquer piloto, nave, e arma que já tenha sido registada no jogo, ou usar as suas próprias figuras. Se ambos estiverem próximos, o seu dano e proteção irá aumentar, mas também o poder dos inimigos.

Dito tudo isto, uma nota importante: Embora Starlink: Battle for Atlas seja um jogo toy-to-life, não o precisa de ser realmente. Todo o conteúdo pode ser adquirido digitalmente, tal como o próprio jogo, o que significa que pode ser jogador de forma tradicional. O jogo continua a custar € 79.99, mas inclui quatro naves, seis pilotos, e 12 armas. Cada nave individual pode ser adquirira por € 14.99, e cada piloto por € 3.99, ou seja, metade do preço físico.

Como já referimos, a versão de Nintendo Switch é especial, já que inclui Fox McCloud e a sua nave, Arwing, como figuras jogáveis. Não só isso, como a sua participação no jogo inclui uma série de missões secundárias, outras personagens de Star Fox, e vídeos únicos que não estão nas outras versões. Nesse aspeto, a versão Switch fica claramente a ganhar em relação a PS4 e Xbox One, que não têm conteúdo próprio.

O sistema Atlas é composto por três sectores, com um total de sete planetas. Existe o sector de mercadores, que é onde a aventura começa, e onde podem encontrar três planetas. Depois existe o sector fronteira, que inclui dois planetas, e por fim, o sector obscuro, com mais dois planetas. Cada sector torna-se gradualmente mais difícil, como devem calcular. Os planetas variam de tamanho, mas todos são razoavelmente grandes, com muito para descobrirem e explorarem.

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Podem usar viagem espacial acelerada para se aproximarem rapidamente dos outros planetas, mas não esperem uma viagem direta. Terão de lidar com asteróides e armadilhas montadas por piratas e outros bandidos. Também existem destroços de outras naves, e em alguns até podem encontrar melhoramentos importantes para as vossas naves. Cuidado, contudo, se encontrarem um Dreadnought, que é uma nave massiva da Forgotten Legion, e que pode criar-vos grandes complicações.

As batalhas no espaço podem ser algo frenéticas, mas o jogo controla-se muito bem. Podem disparar as armas individualmente, desviar para os lados, acelerar, travar, rodopiar, ativar escudos, e usar as habilidades do piloto. Nos planetas, podem usar a nave como uma espécie de veículo terrestre, presa ao chão, mas podem levantar voo e voar pelo planeta sem problema - e podem transitar para o espaço sem loadings, como em No Man's Sky. Durante tudo isto, vão estar em contacto permanente com as outras personagens, que embora sejam autênticos clichés, acabam por ganhar proximidade ao jogador pela qualidade dos atores. Quanto ao grafismo, mesmo na Switch, apresenta-se bastante bem, sobretudo porque o aspeto estilo desenho animado acaba por disfarçar eventuais fraquezas técnicas.

Nos planetas vão encontrar outras personagens com quem podem interagir, com missões, lojas, e outros pontos de interesse. Também vão encontrar vários inimigos, mini-bosses, segredos, e colecionáveis. À semelhança de No Man's Sky, também existe bastante fauna e flora para investigarem, recursos para recolher, e observatórios que desbloqueiam parte do mapa (é um jogo da Ubisoft, afinal de contas). E em cima disto tudo também podem melhorar a nave principal, que transporta a tripulação e todas as outras naves.

Starlink: Battle for Atlas é um jogo ambicioso, mas funciona bastante bem, seja como um produto toys-to-life, ou como um jogo digital mais tradicional. As figuras em si, contudo, são fantásticas, e justificam o preço - sobretudo as naves. Além disso parecem ser feitas de material relativamente resistente, e podem ser usadas com figuras de exposição ou brinquedos. Pode ser um pouco caro para alguns bolsos, mas pelo menos fica a segurança de que as figuras e o jogo têm boa qualidade.

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09 Gamereactor Portugal
9 / 10
+
As figuras são fantásticas. O jogo tem muito para fazer e explorar, com surpreendente profundidade. Jogabilidade de qualidade. Conteúdo Star Fox é excelente.
-
Como todos os toys-to-life, pode ser uma "brincadeira" dispendiosa. Versões PS4 e Xbox one estão em desvantagem em relação à versao Switch.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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